Banco Inter diminui estimativa de inflação e projeta PIB maior em 2025

O Banco Inter reduziu suas projeções para a inflação no Brasil em 2025 e aumentou as estimativas sobre o crescimento da economia do país neste ano.

De acordo com relatório divulgado pelo banco nesta segunda-feira (30/6), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deve terminar o ano em 4,9%.

A estimativa anterior do banco era a de uma inflação de 5,3% em 2025.

“O câmbio mais favorável, próximo de R$ 5,50, já reflete em uma desinflação de matérias-primas e bens industriais, observada nos dados recentes do IGPM. Os preços de alimentos também tiveram uma desaceleração mais rápida que o antecipado, e as últimas leituras dos índices de preços trouxeram surpresas baixistas”, aponta o Inter no relatório.

“A inflação de serviços e medidas de núcleos ainda estão elevadas, mas também já dão sinais de desaceleração na margem, indicando que o pico de inflação já passou”, prossegue o banco.

No documento, o Inter projeta “que o IPCA mantenha a tendência de queda no segundo semestre de 2025 e fique abaixo da expectativa do mercado”. “A política monetária mais restritiva já impacta a concessão de crédito e a atividade doméstica deve seguir em queda, contribuindo para a continuidade da desinflação”, afirma a instituição financeira.

De acordo com o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%.

Portanto, para o Inter, a inflação no Brasil em 2025 ficará um pouco acima do teto da meta.

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Inflação é o termo da economia utilizado para indicar o aumento generalizado ou contínuo dos preços de produtos ou serviços. Com isso, a inflação representa o aumento do custo de vida e a consequente redução no poder de compra da moeda de um país

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Em outras palavras, se há aumento da inflação, o dinheiro passa a valer menos. A principal consequência é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda

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Existem várias formas de medir a inflação, contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais comum deles

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No Brasil, quem realiza a previsão da inflação e comunica a situação dela é o Banco Central. No entanto, para garantir a idoneidade das informações, a pesquisa dos preços de produtos, serviços e o cálculo é realizado pelo IBGE, que faz monitoramento nas principais regiões brasileiras

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De uma forma geral, a inflação pode apresentar causas de curto a longo prazo, uma vez que tem variações cíclicas e que também pode ser determinada por consequências externas

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No entanto, o que influencia diretamente a inflação é: o aumento da demanda; aumento ou pressão nos custos de produção (oferta e demanda); inércia inflacionária e expectativas de inflação; e aumento de emissão de moeda

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No bolso do consumidor, a inflação é sentida de formas diferentes, já que ela não costuma agir de maneira uniforme e alguns serviços aumentam bem mais do que outros

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Isso pode ser explicado pela forma de consumo dos brasileiros. Famílias que possuem uma renda menor são afetadas, principalmente, por aumento no preço de transporte e alimento. Por outro lado, alterações nas áreas de educação e vestuário são mais sentidas por famílias mais ricas

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Ao contrário do que parece, a inflação não é de todo mal. Quando controlada, é sinal de que a economia está bem e crescendo da forma esperada. No Brasil, por exemplo, temos uma meta anual de inflação para garantir que os preços fiquem controlados. O que não pode deixar, na verdade, é chegar na hiperinflação – quando o controle de todos os preços é perdido

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PIB

Ainda segundo a economista-chefe do Inter, Rafaela Vitoria, a economia brasileira deve se expandir neste ano mais do que vinha sendo projetado pelo banco até então.

As novas estimativas do banco, aponta o relatório, projetam que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avance 2% em 2025, ante 1,8% da projeção anterior.

Em 2026, segundo o Inter, a economia do país deve crescer 1,8%.

“O crescimento da economia ainda robusto para o ano de 2025 é concentrado no 1º semestre do ano, puxado principalmente pelo bom desempenho do agronegócio. Esperamos que a demanda interna siga em desaceleração, com a menor oferta de crédito e o menor impulso fiscal observado”, diz o relatório.

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Juros

Segundo o relatório do Banco Inter, a taxa básica de juros da economia (Selic) deve encerrar 2025 em 14,5% ao ano, o que indica o início do ciclo de cortes pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) ainda neste ano.

Atualmente, a Selic está em 15% ao ano, após um aumento de 0,25 ponto percentual na última reunião do Copom, em meados de junho – foi a sétima alta consecutiva. Trata-se da Selic mais alta em quase duas décadas, desde 2006.

A elevação da taxa básica de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação. O Copom já indicou que, a partir de agora, não há mais perspectiva de aumento dos juros em 2025.

“Apesar da ata do Copom mais dura, reforçando a mensagem de juros altos por um período prolongado, a desaceleração da atividade e o câmbio mais favorável devem contribuir para uma desinflação maior que a esperada no segundo semestre, o que deve permitir o início dos cortes ainda este ano”, afirma o Inter no relatório.

“A Selic teve uma alta significativa em um curto espaço de tempo e, com o menor estímulo fiscal em 2025, o efeito da política monetária restritiva será maior que o observado nos últimos anos. Os dados de crédito já apontam para essa desaceleração e a incerteza internacional, com redução na cotação das commodities e dólar mais fraco, também devem contribuir para a materialização do risco baixista para a inflação.”

Para 2026, a expectativa do Inter é a de que os juros fiquem em 12% ao ano.

“Para 2026, estimamos uma redução parcial da restrição monetária e a Selic deve se manter em patamar acima do neutro, devido ao risco fiscal e potencial aumento de gastos em ano de eleição. Uma maior disciplina fiscal e um cenário político de menor incerteza, com previsibilidade maior acerca do ajuste necessário a partir de 2027 pode contribuir para a reancoragem das expectativas permitindo uma redução maior da Selic”, diz o relatório.

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