Após fala de Powell, mais de 93% apostam em queda de juros nos EUA

O mercado financeiro reagiu positivamente às declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos), Jerome Powell, indicando que a autoridade monetária norte-americana pode iniciar o ciclo de corte da taxa básica de juros já a partir de sua próxima reunião, em setembro.

No discurso mais esperado da semana para o mercado financeiro, Powell abriu caminho para um eventual corte na taxa básica de juros da economia norte-americana.

Assim que terminou o discurso de Powell em Jackson Role, de acordo com dados da ferramenta FedWatch, do CME Group, 93,1% dos investidores apostavam em corte de juros já na próxima reunião do Fed, de 0,25 ponto percentual. O índice está acima dos 82,4% de quinta-feira (21/8) e dos 75% registrados nesta manhã, antes da fala do chefe do Fed.

Ainda segundo o FedWatch, 6,9% do mercado acredita que o BC dos EUA manterá os juros no patamar atual.

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O que disse Powell

Em sua fala no Simpósio de Jackson Hole, conferência anual nos EUA que conta com a participação de dirigentes do Fed, Powell não cravou que os juros cairão já no mês que vem, mas indicou que existe essa possibilidade. Por outro lado, o chefe do Fed chamou atenção, ainda, para riscos de uma inflação alta.

“Embora o mercado de trabalho pareça estar em equilíbrio, trata-se de um equilíbrio curioso, resultante de uma desaceleração acentuada tanto na oferta quanto na demanda por trabalhadores”, afirmou Powell.

Para o presidente do Fed, “essa situação incomum sugere que os riscos de queda no emprego estão aumentando”. “E, se esses riscos se materializarem, poderão fazê-lo rapidamente”, disse.

Powell prosseguiu: “Também é possível, no entanto, que a pressão de alta sobre os preços, devido às tarifas, possa estimular uma dinâmica inflacionária mais duradoura, e este é um risco a ser avaliado e administrado”.

“A estabilidade da taxa de desemprego e outras medidas do mercado de trabalho nos permitem prosseguir com cautela ao considerarmos mudanças em nossa política monetária. No entanto, com a política em território restritivo, a perspectiva básica e a mudança no equilíbrio de riscos podem justificar ajustes em nossa postura”, completou o chefe da autoridade monetária norte-americana.

Corte de juros no radar

As declarações do presidente do Federal Reserve indicam que é real a possibilidade de a autoridade monetária iniciar o ciclo de queda da taxa de juros a partir da próxima reunião, nos dias 16 e 17 de setembro.

No fim de julho, o Fed anunciou a manutenção dos juros básicos no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano. A próxima reunião do Fed para definir a taxa de juros acontece nos dias 16 e 17 de setembro.

O Índice de Preços ao Consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês), que mede a inflação no país, ficou em 2,7% em julho, na base anual, mesmo resultado registrado em junho. Na comparação mensal, o índice foi de 0,2%, ante 0,3% em junho.

A meta de inflação nos EUA é de 2% ao ano. Embora não esteja nesse patamar, o índice vem se mantendo abaixo de 3% desde julho de 2024. A elevação da taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para conter a inflação.

Até o fim de 2025, o BC dos EUA tem programadas mais três reuniões de política monetária – em setembro, outubro e dezembro. Nas últimas semanas, ganhou força entre os analistas do mercado a tese de que o Fed deve começar a baixar os juros possivelmente a partir da próxima reunião, no mês que vem.

Na quarta-feira (20/8), a ata da última reunião do Fed apontou que os riscos de inflação são maiores do que as preocupações com o mercado de trabalho norte-americano. No mesmo dia, o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a atacar o chefe do Fed, Jerome Powell, cobrando a queda dos juros.

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