Advogado de comediante italiano defenderá Zambelli contra extradição

Foragisa da Justiça brasileira, a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) contratou dois advogados para representá-la em diferentes frentes jurídicas: tanto no processo de cassação do mandato quanto no pedido de extradição feito pelo governo brasileiro. A parlamentar está escondida na Itália.

Após a saída dos antigos advogados de seu caso, Zambelli recebeu indicações de parlamentares de direita sobre nomes que poderiam assumir sua defesa no Brasil — o que acabou ocorrendo. O nome do advogado Fabio Pagnozzi foi escolhido pela deputada.

Enquanto isso, Zambelli fechou um acordo com o advogado italiano Pieremilio Sammarco, conhecido por atuar em casos de repercussão naquele país. Ele já defendeu figuras públicas como o comediante e político Beppe Grillo, em uma disputa judicial contra o ex-primeiro-ministro Giuseppe Conte.

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Sammarco atuará junto ao Ministério da Justiça da Itália para impedir que a parlamentar seja extraditada. Conforme revelado pelo Metrópoles, a polícia italiana já sabe onde Zambelli está escondida — na região do Vêneto, em Veneza —, mas encontra dificuldades para efetuar a prisão devido à dupla cidadania da deputada.

Zambelli está com o nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol após pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal federal (STF), o que autoriza sua prisão e eventual extradição.

A parlamentar deixou o Brasil em 25 de maio, logo após a condenação definitiva no STF por tentativa de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Condenação

A condenação de Zambelli, decidida por unanimidade pela Primeira Turma do STF, refere-se à invasão dos sistemas do CNJ em janeiro de 2023. Conforme a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli foi a autora intelectual da ação, que resultou na emissão de um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.

Segundo a Polícia Federal, o ataque cibernético foi executado pelo hacker Walter Delgatti Neto, que confessou ter agido sob orientação da deputada. Delgatti afirmou ter recebido um texto redigido por Zambelli para ser inserido no sistema, além de pagamentos que somam ao menos R$ 13,5 mil. A PF aponta que o hacker usou credenciais falsas para acessar os bancos de dados do Judiciário Federal.

Apesar de ter a perda de mandato determinada pelo STF, Zambelli não perdeu o cargo automaticamente. A perda da função de deputada só pode ser concretizada pela Câmara dos Deputados. O que já está valendo é a inelegibilidade da parlamentar por oito anos.

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