Ações da Raízen desabam na Bolsa após Petrobras descartar investimento

As ações da Raízen, um dos gigantes do agronegócio brasileiro no setor de açúcar, etanol e distribuição de combustíveis, eram negociadas em forte queda no pregão desta terça-feira (19/8), entre as maiores perdas do dia até aqui, revertendo parte dos ganhos expressivos da véspera.

A trajetória descendente dos papéis da companhia ocorre após a Petrobras informar que não há nenhum projeto ou estudo em andamento envolvendo possíveis investimentos em etanol ou distribuição por meio da Raízen.

Pouco antes das 11 horas (pelo horário de Brasília), as ações da Raízen recuavam 7,83%, cotadas a R$ 1,06.

Por volta das 11h20, os papéis da companhia tinham perdas de 6,96%, a R$ 1,07.

No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), recuava 1,77%, aos 134,8 mil pontos.

A manifestação da Petrobras se deu após uma reportagem publicada pelo jornal O Globo informar que a companhia pretendia investir na Raízen, estudando possibilidades como se tornar sócia da empresa ou comprar ativos.

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Cosan já descartou aporte na Raízen

Na semana passada, o CEO da Cosan, Marcelo Martins, afirmou que a empresa não tem planos de realizar aportes de capital na Raízen. Segundo o executivo, o objetivo da companhia é conseguir um novo “sócio estratégico” para a Raízen.

“Não faz sentido para a Cosan colocar capital na Raízen, primeiro e mais importante porque ela [Cosan] está buscando o seu reequilíbrio de estrutura de capital. Então, não tem como e não está em nossos planos colocar capital na Raízen”, afirmou Martins.

“A gente tem hoje até mais alternativas do que tinha alguns meses atrás, mas a execução dessas transações não é óbvia, ainda mais no momento complexo do Brasil, com a volatilidade que temos observado”, completou o CEO da Cosan.

Prejuízo

A Raízen teve prejuízo líquido de R$ 1,8 bilhão no primeiro trimestre da safra 2025/2026. A companhia reverteu o lucro de R$ 1,1 bilhão registrado no mesmo período da safra anterior (2024/2025).

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Raízen ficou em R$ 1,9 bilhão, com uma queda anual de 23,4%. O resultado veio abaixo da estimativa média do mercado, que era em torno de R$ 2,16 bilhões.

A dívida líquida da Raízen soma R$ 49,2 bilhões, o que representa um aumento de 56% em relação ao mesmo período da safra anterior. Os maus resultados refletem dificuldades que vêm sendo enfrentadas pela empresa nos últimos meses, como a quebra de safra e problemas na moagem, além de um forte aumento das despesas financeiras.

De acordo com a Raízen, o crescimento da dívida é resultado de uma “limpeza” no balanço, com a substituição das chamadas “dívidas ruins” e de curto prazo por dívidas de longo prazo. Em meio ao aumento do risco financeiro e aos juros em patamar elevado, a empresa afirmou que busca formas de capitalização.

Créditos da Noticias

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