A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou, nesta sexta-feira (4/7), uma representação no Supremo Tribunal Federal (STF) na qual nega que tenha utilizado um grupo de comunicação digital para troca de informações com o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid. A manifestação da defesa de Bolsonaro foi feita no âmbito do inquérito que tramita no STF para apurar uma suposta interação entre réus da trama golpista.
O advogado de Bolsonaro, Fernando José da Costa, nega que tenha havido interação com um perfil supostamente utilizado por Cid para troca de mensagens. Costa diz que só trocou mensagens com o advogado do ex-auxiliar de Bolsonaro, Marcelo Câmara, Luiz Eduardo Kuntz, mas apenas sobre assuntos da profissão. A interação apareceu em uma resposta da Meta, dona do Facebook e Instagram, a uma demanda do STF.
“Acrescenta, ainda, que sequer sabia da presença do perfil ‘Gabriela R’ como parte de um grupo criado na plataforma, imaginando tratar-se de conversa restrita ao colega de profissão Luiz Eduardo Kuntz, enviando um vídeo sobre direito processual penal, e que talvez houvesse encaminhado a mais de uma pessoa ao mesmo tempo”, diz trecho do documento encaminhado por Costa ao STF.
O perfil “Gabriela R”, citado pelo advogado, foi utilizado por Cid na rede social Instagram para conversas com Kuntz, conforme o próprio advogado relatou ao ministro do STF Alexandre de Moraes. Essa troca de mensagens entre Cid e Kuntz, inclusive, levou à decretação da prisão do cliente dele, Marcelo Câmara.
Na argumentação, Costa anexou uma ata notarial de 26 de junho de 2025, na qual descreve as interações feitas com Kuntz por meio da rede social.
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O inquérito aberto por Moraes para apurar a suposta interação entre réus da trama golpista foi instaurado após o advogado de Marcelo Câmara, Eduardo Kuntz, relatar ter se comunicado com perfis atribuídos a Mauro Cid. O próprio Kuntz descreveu a interação ao STF em uma manifestação dentro da ação penal que investiga a suposta trama golpista para manter Bolsonaro no poder, mesmo após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A investigação foi determinada porque quando houve uma soltura de Câmara, em 2024, ele foi proibido de se comunicar com outros réus da trama golpista. Como Kuntz relatou a interação com Cid, a determinação de Moraes se mostrou desrespeitada, o que levou Câmara de volta para a prisão.
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