Quadrilha do DF dava golpe e vendia carros com financiamento fantasma

Anúncios de carros com preços irresistíveis, conversas convincentes por redes sociais e a promessa de um financiamento facilitado. Esse era o enredo do golpe aplicado por uma quadrilha em Ceilândia, no Distrito Federal, que enganou vítimas de vários estados do país.

A ação foi conduzida por agentes da 15ª Delegacia de Polícia, que investigavam o caso há semanas. Cinco pessoas foram presas preventivamente, e uma continua foragida. Um dos investigados foi flagrado tentando fugir de casa com uma mala, R$ 80 mil em espécie e uma arma furtada.

Os criminosos operavam por meio de uma loja de fachada, a Alfa Motors Prime, na QNM 16 de Ceilândia Norte, que prometia veículos que nunca seriam entregues. O esquema foi alvo da Operação Falso Finan, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) na manhã desta quinta-feira (26/6).

A tática era quase sempre a mesma: após atrair interessados por meio de sites como OLX e redes sociais como Facebook e Instagram, os golpistas apresentavam vídeos, fotos e até documentos falsificados dos carros. Tudo para dar um ar de credibilidade à farsa.

 

Depois do primeiro contato, as vítimas, geralmente pessoas de classe média e baixa de estados como Goiás, São Paulo, Bahia e Piauí, eram convencidas a pagar um valor de entrada, normalmente R$ 5 mil, com a promessa de que isso garantiria a aprovação de um financiamento.

Mas o carro nunca chegava. Em vez disso, os golpistas mudavam o discurso e diziam que o dinheiro pago era, na verdade, para uma “consultoria financeira”, e que novos trâmites ainda seriam necessários para liberação do financiamento. Em muitos casos, as vítimas sequer conseguiam reaver o valor.

Durante as buscas, os policiais apreenderam celulares, notebooks, documentos e até um Golf vermelho que era utilizado repetidamente no golpe, o mesmo veículo chegou a ser “vendido” de forma fraudulenta ao menos seis vezes. Todo o material passará por perícia, e a expectativa é que ajude a mapear o total de vítimas e o montante movimentado pelo grupo.

Funções divididas

A quadrilha tinha uma estrutura bem definida e divisão de tarefas. Segundo a investigação, Marcos Vinícius da Silva Viana, Ericles Queiroz de Oliveira e Joyce Larissa Alves Rodrigues eram os coordenadores e treinavam os “vendedores”.

Maria Gabriele Oliveira dos Santos, que está foragida, era a responsável por receber os valores via Pix em contas pessoais. Já Larissa Coimbra Costa fazia o papel de pós-venda, entrava em contato com as vítimas após o golpe, oferecendo desculpas e falsas promessas de reembolso. Guilherme Silva Pereira também atuava nas negociações e aparece em diversos boletins de ocorrência.

Os envolvidos vão responder por organização criminosa (pena de 3 a 8 anos de prisão) e estelionato (de 1 a 5 anos por vítima). Como os crimes foram praticados pela internet e envolveram diversas vítimas, as penas podem ultrapassar décadas de reclusão.

A Polícia Civil pede que pessoas que tenham negociado com a Alfa Motors Prime e não recebido os veículos entrem em contato com a 15ª DP ou denunciem, de forma anônima, pelo número 197. Informações sobre o paradeiro de Maria Gabriele também podem ser repassadas pelo canal.

Créditos da Notícias

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *