A Fitch Ratings, uma das três principais agências de classificação de risco do mundo, reafirmou nesta quarta-feira (25/6) a nota de crédito do Brasil em “BB”, com perspectiva estável.
Apesar da manutenção do “rating” brasileiro, a Fitch fez um alerta sobre a questão fiscal no país, chamando atenção para o aumento da relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB) – que deve chegar a 79,3% neste ano, segundo a agência.
Entenda
- As agências de classificação de risco são empresas privadas que avaliam a saúde financeira de países e de outras empresas.
- Com base em critérios como juros, dívida, capacidade fiscal e outros, as agências concedem uma nota de crédito.
- Além da Fitch, a S&P e a Moody’s completam a lista das principais agências de risco no mercado global.
- As três foram fundadas ainda no início do século passado e têm sede em Nova York, nos EUA (a Fitch tem sede dupla, em Nova York e em Londres, na Inglaterra).
O que diz a Fitch
De acordo com a Fitch, a relação dívida-PIB vem aumentando a um ritmo anual de 3 pontos percentuais, se distanciando do patamar observado em outros países com nota de crédito “BB” (em torno de 53%).
“Esperamos que as autoridades entreguem um déficit primário de 0,6% do PIB, provavelmente recorrendo a medidas paliativas se os esforços para aumentar a arrecadação falharem. As despesas com juros não são cobertas pelas regras fiscais e devem aumentar neste ano devido ao aperto monetário. Projetamos que isso aumentará o déficit do governo geral (federal e subnacionais, menos o Banco Central) para 8% do PIB, de 6,6% em 2023”, anota a Fitch em seu relatório.
Ainda segundo a agência de risco, o Tesouro Nacional teve sucesso ao financiar o déficit nas contas públicas no mercado doméstico. “Um grande colchão de liquidez (7,5% do PIB em abril) ajudou o Tesouro a passar pela volatilidade recente”, diz a Fitch.
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Problemas do governo no Congresso
A agência também menciona as dificuldades enfrentadas pelo governo brasileiro junto ao Congresso Nacional e afirma que o pacote fiscal apresentado recentemente pela equipe econômica – fortemente contestado pelos parlamentares – “agravou, em vez de afastar, as incertezas, provocando volatilidade no mercado”.
Outras agências
A decisão da Fitch de manter a nota de crédito do Brasil foi anunciada três semanas depois de outra agência de risco, a S&P, ter reafirmado a nota de crédito soberano do país em “BB”, mantendo a perspectiva como estável.
No fim de maio, foi a vez da Moody’s manter a nota brasileira, mas mudando a perspectiva de avaliação de positiva para estável.
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