Em mais um ataque direto ao chefe do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos), Jerome Powell, o presidente norte-americano Donald Trump disse nesta quarta-feira (25/6) que já começou a conversar com potenciais sucessores do atual comandante da autoridade monetária.
“Já começamos as entrevistas para o próximo chefe do Fed”, afirmou Trump em entrevista coletiva durante a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), na Holanda.
Ainda segundo o presidente dos EUA, há “três ou quatro” pessoas na lista de preferência para substituir Powell, seu desafeto.
O mandato de Jerome Powell à frente do BC norte-americano termina em maio de 2026. Caberá a Trump fazer a indicação do sucessor.
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Na entrevista, o presidente dos EUA voltou a criticar Powell e a decisão do Fed, em sua última reunião, de manter a taxa de juros do país inalterada, no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano.
“Estamos pagando US$ 900 bilhões a mais por ano por causa desse cara [Powell]. Acho ele estúpido. Ele é uma pessoa mentalmente muito mediana”, atacou o republicano.
De acordo com Trump, a inflação nos EUA – justificativa do Fed para manter os juros no atual patamar – não é motivo de preocupação.
“Não temos inflação. Se tivermos alguma, e eu já disse isso a ele, eleve a taxa de juros para compensar. Não teria problema. Mas não temos inflação”, afirmou Trump.
Quem são os favoritos para o Fed
Segundo a imprensa especializada dos EUA, entre os favoritos para suceder Jerome Powell na presidência do Fed, estão o ex-diretor Kevin Warsh; o chefe do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hasset;, o atual diretor do Fed Christopher Waller; e o secretário do Tesouro, Scott Bessent.
A diretoria do Federal Reserve é composta por sete integrantes que cumprem mandatos de 4 a 14 anos – todos são indicados pela Presidência dos EUA. A indicação para o cargo de presidente do Fed é definida pela Casa Branca e confirmada por uma votação no Senado norte-americano a cada 4 anos.
Em 2022, Jerome Powell foi indicado pelo então presidente dos EUA, Joe Biden, para um segundo mandato à frente do Fed. O entendimento majoritário nos EUA é o de que o presidente do Fed não pode ser removido do cargo sem que haja uma “justa causa”. Há, no entanto, um caso pendente de decisão pela Suprema Corte do país que remete a um precedente estabelecido há 90 anos, em 1935.
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