No STF, Freire Gomes compara “minutas do golpe” investigadas no STF

O general Freire Gomes, ex-comandante do Exército na gestão Bolsonaro, afirmou em acareação no Supremo Tribunal Federal (STF), que o conteúdo de minuta com teor golpista, apresentada em reunião no dia 7 de dezembro de 2022, era semelhante ao da minuta encontrada na casa de Anderson Torres, mas não idêntico. O general ressaltou nunca ter dito que eram os mesmos documentos.

Freire Gomes é testemunha em ação penal que apura suposta tentativa de golpe no âmbito do núcleo crucial, que contém oito réus, incluindo Jair Bolsonaro (PL). Ele passou por acareação com Anderson Torres, nesta terça-feira (24/6), para esclarecer pontos contraditórios a pedido da defesa de Torres.

Durante depoimento ao STF como testemunha, Freire Gomes já havia dito não ter certeza se os documentos eram o mesmo. Ao ministro Alexandre de Moraes, em acareação confirmou versão:

“Quando a testemunha teve contato com a minuta encontrada na casa do réu Anderson Torres, verificou que se tratava do mesmo assunto constante naquele documento do dia 07/12, ou seja, a possibilidade de decretação do estado de sítio e GLO. Em virtude disso, a testemunha reafirma que entende que os documentos tem conteúdo semelhante, pois tratam do mesmo assunto, em que pese jamais ter afirmado que se trata do mesmo documento”, diz trecho da ata da acareação divulgada pelo STF, pois a audiência não foi gravada.

Segundo Freire Gomes, no dia 7 de dezembro, foi apresentado um documento com vários “considerandos” que, ao final, remetiam à possibilidade da decretação do estado de sítio e GLO (Garantia da Lei e da Ordem). Na ocasião, segundo Freire Gomes, haviam lhe dito que o presidente ia estudar o assunto e enxugar o texto.

Anderson Torres explicou que a minuta foi entregue em seu gabinete no Ministério da Justiça e que ele a levou para casa em uma pasta com outros documentos, sem discutir o assunto com ninguém. Ele alegou que a minuta era de conhecimento público e que outras autoridades também a receberam.

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A testemunha confirmou que o assunto da minuta foi discutido em reuniões posteriores, com mais detalhes e medidas concretas, mas que a reunião de 14 de dezembro, no Ministério da Defesa, terminou antes da leitura de qualquer documento ou minuta.

Freire Gomes também esclareceu que, após as eleições, participou de reuniões sobre os acampamentos em frente aos quartéis, sem a presença de Anderson Torres.

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