Deportado, Thiago Ávila anuncia nova missão com Greta na Faixa de Gaza

O ativista brasiliense pró-Palestina que foi preso e deportado pelo governo de Israel após tentar entrar na Faixa de Gaza, Thiago Ávila, 38 anos, relatou em entrevista ao Metrópoles a intenção de uma nova ida para ao território palestino nos próximos meses. Porém, a data da nova viagem ainda não está confirmada.

De acordo com Thiago, recém-chegado de Israel, o grupo que foi para Gaza em um pequeno barco sabia das dificuldades de entrar no território, porém, o objetivo era abrir um corredor humanitário para atender as necessidades das pessoas mantidas no local pelos terroristas do Hamas. Para ele, essa tarefa não foi concluída e ,por isso, já há uma nova missão planejada.

“Daqui a poucos meses nós vamos novamente continuar tentando abrir o corredor humanitário para que toda a ajuda possa fluir. As crianças ainda estão morrendo de fome, e o corredor humanitário não foi criado. A gente tem o privilégio de viver aqui, mas nós temos de pensar em quem não tem esse privilégio e agir em favor dessas pessoas”, explicou o ativista.

Uma das motivações para o retorno a Gaza é a escassez de recursos, principalmente alimentos. “A comida está ficando cada dia mais cara e mais inacessível para as pessoas. Então, a solução não é exatamente dinheiro. Então, a gente tem usado toda a energia que pode para tentar acabar com essa violação”, disse Thiago.

Assista à entrevista na íntegra:

Situação em Gaza

Ao relatar o panorama dos conflitos, Ávila disse considerar desumana a situação vivida pelos palestinos na Faixa de Gaza e citou a expressão do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que disse que a região atualmente “é um inferno na Terra”.

“Se imaginar que pessoas como nós, que têm os mesmos sonhos, que têm mesmo direito à dignidade, estão morrendo de fome, parentes um do lado do outro. Estão tendo que sobreviver à mira dos snipers, sobreviver a drones com inteligência artificial, que imitam barulho de criança para atrair mais vítimas”, explicou.

Thiago lamenta que e diz que sente que o mundo inteiro fracassou com o povo palestino. “Os povos do mundo têm vontade de fazer algo. O problema é que os governos não fazem”, reforçou Thiago.

Volta para casa

O brasiliense desembarcou na capital na última quarta-feira (18/6) após ter sido detido e deportado por Israel. No Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, a chegada de Thiago foi marcada por um protesto organizado por manifestantes pró-Palestina. Com faixas e cartazes, integrantes do Comitê de Defesa da Palestina e da Sociedade Árabe Palestina no Brasil manifestaram solidariedade ao ativista e criticaram o bloqueio israelense à região.

“Foi muito bom voltar para casa, estar com a minha família, mas eu voltei diagnosticado com sarna da prisão e da solitária, então eu não posso exatamente abraçar muito minha família nesse momento”

Em 13 de junho, Thiago já havia desembarcado no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, e foi recebido por um grupo de militantes pró-Palestina, portando cartazes com mensagens de apoio ao país e bandeiras.

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Ativista Thiago Avila

Reprodução/Instagram

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Brasileiro Thiago Ávila

Reprodução/Redes sociais

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Greta Thunberg embarcou em navio ao lado de ativista brasileiro para Gaza

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No total, 12 voluntários internacionais embarcaram com ajuda humanitária

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Grupo foi interceptado no dia 8 de junho

Reprodução/YouTube

Quem é Thiago Ávila

O brasiliense de 38 anos era um dos integrantes da Coalizão Flotilha da Liberdade, cujo objetivo é levar ajuda humanitária à Palestina.

Ele começou a jornada como ativista em 2005 e já esteve no Líbano, onde mostrou, em fevereiro último, como as cidades do país ficaram após ataques de Israel.

Ávila também compartilha nas mídias sociais relatos sobre os projetos dos quais participa e mostra a realidade de regiões em contexto de guerra.

Em 2024, o ativista compareceu ao velório do líder do grupo Hezbollah, Seyyed Hassan Nasrallah, e participou de uma conferência internacional em Teerã, capital do Irã, onde prestou condolências aos iranianos e ao país pelo falecimento do então presidente, Ebrahim Raisi, em maio passado.

Ainda naquele ano, Ávila deixou a esposa e a filha, de 7 meses à época, para viajar com outros ativistas em um barco até Gaza, também para levar ajuda humanitária à região. Contudo, novamente, a missão não pôde ser concluída.

 

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