CDB, renda fixa, ações. Como ficam os investimentos com a Selic a 15%

A alta da taxa básica de juros do país, a Selic, promovida na quarta-feira (18/6), pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), não altera a lógica dos investimentos, mas confirma algumas tendências que já vinham sendo praticadas pelo mercado. Veja, a seguir, as tendências para algumas aplicações, com a Selic a 15% ao ano – associada ao novo contexto da economia global.

Na quarta-feira, o Copom deixou claro que, mantido o atual quadro econômico, vai encerrar o ciclo de alta da Selic, mas ela permanecerá elevada por um bom período de tempo. Assim, e na avaliação de especialistas do mercado, os juros básicos do Brasil não vão começar a cair antes de 2026.

Com isso, e de acordo com análise da corretora Monte Bravo, a nova configuração do cenário global tem um dólar mais fraco e traz uma desaceleração da economia em todo o mundo. Dizem os técnicos da empresa: “A turbulência nos EUA, decorrente da política errática de Trump, enfraqueceu o dólar e contribuiu para a queda das taxas globais, diante da desaceleração econômica internacional”.

“Paradoxalmente”, acrescenta a corretora, o cenário de maior incerteza nos EUA produz uma “realocação das carteiras globais que enfraquece o dólar e produz um fluxo que também vai para emergentes, o que beneficia o Brasil”. Ou seja, com a moeda americana mais frágil, os investidores buscam outras opções – entre elas, ativos (mesmo os de risco) em novos mercados, como é o caso do brasileiro.

CDI

Nesse cenário, o CDI projetado de 14,20% para os próximos 12 meses resulta em uma taxa de juros real de 8,56% ante um IPCA de 5,20%. Para a corretora, a recomendação segue de um portfólio diversificado, com uma parcela exposta ao dólar.

Renda fixa

O fim do ciclo de alta da Selic, indicado pelo BC no comunicado de quarta-feira (18/6), torna a renda fixa atraente. O fechamento recente da ponta curta deixou o segmento longo com mais prêmio, especialmente nos papéis indexados à inflação.

Ações em Bolsa

Para a Monte Bravo, os fluxos decorrentes do quadro global mais ameno e o fechamento das taxas de juros futuras favorecem a alta do Ibovespa e sancionam o alvo de 150.000 pontos em 2025. Estruturas de proteção com opções de Bolsa ainda estão baratas por causa dos juros altos e da queda da volatilidade.

Neste ano, o Ibovespa já subiu 15,32%, com a ajuda da entrada de capital estrangeiro. Esses investidores procuram remunerações mais altas do que as oferecidas nas Bolsas de Nova York. No fechamento de quarta-feira, o índice ficou em 138.716 pontos, ainda distante de um possível cenário de 150.000. As ações, contudo, são ativos de risco.

Fundos imobiliários

Para a corretora, o IFix teve uma recuperação expressiva em 2025. Fundos de recebíveis estão entre os destaques do ano; shoppings e escritórios têm boa perspectiva com a queda dos juros futuros.

Crédito

O carrego de ativos de crédito fica mais atraente; a incerteza com o IOF deve gerar um aumento de emissões de títulos isentos.

Dólar

O cenário global permite imaginar que o câmbio possa apreciar até R$ 6,40, mas o final de ano deve ter um dólar de R$ 6,00 devido ao risco fiscal.

Ações nos EUA

Os mercados tendem a antecipar os próximos 6 a 12 meses, um horizonte no qual se espera uma agenda favorável nos EUA — estímulos à infraestrutura, incentivos fiscais, desregulamentação e cortes de juros.

Renda fixa nos EUA

As taxas de juros longas estão pressionadas pelo risco fiscal e pelo fluxo de saída de recursos, mas, no cenário base com o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) cortando juros (a perspectiva é de dois cortes até o fim do ano), as taxas de 10 anos devem oscilar na faixa de 4,00% a 4,50% ao ano.

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