O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) presta depoimento, na tarde desta segunda-feira (2/6), à Polícia Federal (PF), em Brasília, em relação ao inquérito que apura se o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP ) agiu dos Estados Unidos para ameaçar o Supremo Tribunal Federal (STF) e atentar contra a soberania nacional. Ele chegou à sede da corporação às 14h55.
“Nós temos mais de 600 manifestações do Eduardo Bolsonaro. Tem um roteiro, as conversas com cada parlamentar, com cada autoridade, pedindo sanções ao governo brasileiro. E a gente está entregando tudo isso”, adiantou.
Na última semana, em seu perfil no X, Lindbergh, que é líder do PT na Câmara dos Deputados, acusou Eduardo de espalhar mentiras sobre a democracia brasileira e de praticar coação no curso de processo. Para o petista, o deputado “atua contra o Judiciário brasileiro” e interfere de fora do país no julgamento de ações relacionadas à tentativa de golpe de Estado de 2022 e ao ato de 8 de janeiro de 2023.
“Eduardo Bolsonaro, ao espalhar mentiras sobre as instituições brasileiras e a democracia no país, pratica coação no curso do processo contra o STF durante o julgamento dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. Ele está usando uma potência estrangeira para tentar proteger seu pai, numa atitude de atentar contra a soberania nacional”, escreveu o líder do PT.
A investigação da PF foi autorizada pelo STF após representação apresentada por Lindbergh à Procuradoria-Geral da República (PGR). O procurador-geral da República, Paulo Gonet, acatou a denúncia e solicitou abertura de inquérito para apurar possíveis crimes de coação no curso do processo, obstrução da Justiça e abolição do Estado Democrático de Direito.
Conjunto de provas
No depoimento de segunda-feira, Lindbergh indicou que entregaria à PF um conjunto de documentos que, segundo ele, comprovam as acusações. O material inclui vídeos, textos e postagens de Eduardo Bolsonaro feitos nos EUA, com críticas diretas ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes.
O líder petista afirma ter um conjunto de documentos, vídeos e textos com diversas declarações do político do PL feitas nos EUA e frontalmente contrárias aos interesses nacionais.
A ação acontece após o ministro Alexandre de Moraes determinar que investigadores da PF escutem Lindbergh e coletem documentos que possam ser usados no inquérito aberto contra o filho 04, de Jair Bolsonaro, o Eduardo.
Além do inquérito criminal, o PT também entrou com uma representação no Conselho de Ética da Câmara pedindo a cassação do mandato de Eduardo. O partido sustenta que o deputado violou o decoro parlamentar ao conspirar contra instituições brasileiras e atentar contra a soberania do país.
Leave a Reply