Stephany Araújo, 17 anos, criou nanossatélites para monitorar e proteger áreas indígenas no DF
Por João Pedro Eliseu, Ascom/SEEDF.
Evento premiou pesquisadores e profissionais nas categorias Pesquisador Destaque, Inovador, Estudante Destaque, Startup Inovadora, Comunicação, Iniciativa GovTech, Servidor Destaque e Bolsista de Iniciação Científica | Foto: Felipe de Noronha, Ascom/SEEDF.
O talento e a dedicação dos estudantes da rede pública de ensino do Distrito Federal foram destaque na 4ª edição do Prêmio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizada na terça-feira (4), no Clube de Engenharia de Brasília. Entre os premiados, está Stephany Araújo, de 17 anos, aluna do Centro de Ensino Médio Integrado (CEMI) do Gama, que conquistou o primeiro lugar na categoria Estudante Destaque com o projeto “Missão Nano.Tupã”.
Desenvolvida com o apoio da Retina Space, a iniciativa busca proteger terras indígenas no DF. O projeto utiliza protótipos de nanossatélites com sensores, GPS e painéis solares, capazes de monitorar invasões e enviar dados em tempo real, fortalecendo o controle e a proteção desses territórios.
Stephany e o professor José Matheus Lima. A estudante sonha em ingressar na UnB para cursar engenharia aeroespacial | Foto: Felipe de Noronha (Ascom/SEEDF).
Emocionada com o resultado, Stephany celebrou o reconhecimento de um trabalho no qual esteve profundamente engajada. “Sinceramente, até agora eu não estou acreditando. Ainda estou tremendo, mas estou muito feliz com esse reconhecimento, com um projeto de que gosto tanto. O sentimento é de muita felicidade e gratidão“, declarou.
A estudante também destacou o orgulho de representar o ensino público em uma premiação de alto nível. “Sendo de escola pública, a gente não tem muita expectativa, porque fica naquela ideia de que a rede pública não é bem reconhecida. Mas, quando a gente vê um projeto chegar nesse patamar, é algo muito inspirador”, afirmou.
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O professor e orientador do projeto, José Matheus Lima, explicou que a metodologia de ensino do CEMI é fundamental para despertar talentos, pois baseia-se nos interesses dos próprios discentes. “Um aluno escolhe um tema, e a gente se aprofunda nesse tema a partir dos interesses do próprio estudante. Assim, fica mais fácil estabelecer uma comunicação entre a parte pedagógica e o aluno“, disse.
Paixão aeroespacial
A premiação coroa uma paixão que Stephany descobriu dentro da escola. Agora, ela planeja cursar engenharia aeroespacial na Universidade de Brasília (UnB). “Eu entrei na escola querendo medicina, mas aí me envolvi na oficina de foguetes e mudei completamente. Essa foi minha grande paixão“, conta.
Ela relata que a ideia do “Nano.Tupã” surgiu após participar de um curso sobre nanossatélites. “Conversei com o meu professor, José Matheus, e disse que queria muito submeter o meu projeto à FAP, porque acho que ele é de grande importância, e gosto muito dele. Fui muito engajada — passei noites e noites escrevendo“, relembrou a jovem pesquisadora.
Protagonismo feminino
A 4ª Edição do Prêmio FAPDF celebrou o trabalho de pesquisadores, estudantes, empreendedores e servidores em diversas categorias. Neste ano, houve uma predominância marcadamente feminina entre os premiados, um fato exaltado pelas autoridades presentes como um reflexo da conquista de mais autonomia e reconhecimento pelas mulheres na esfera pública e na produção do conhecimento.

















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