Governo ostenta caixa cheio, mas oprime servidores da GAPS

Na última semana, o Governo do Distrito Federal divulgou o Relatório de Metas Fiscais do 2º quadrimestre de 2025. O documento desmonta a velha narrativa de que “não há recursos”. Os números são claros: o DF fechou com superávit fiscal de R$ 162 milhões, quando a meta era déficit. Mais que isso, o resultado nominal foi de R$ 1,48 bilhão positivo, revertendo uma expectativa de quase R$ 843 milhões de déficit. Ou seja, o governo arrecadou mais, gastou menos do que dizia e mostrou que dinheiro existe.

Enquanto o caixa público engorda, os servidores da carreira de Gestão e Assistência Pública à Saúde (GAPS) continuam abandonados. Há mais de dois anos lutam por um reajuste salarial digno. Foram dezenas de reuniões, assembleias, atos e manifestações. O que receberam em troca? Promessas vazias e a desculpa esfarrapada de que “não há margem fiscal”. Mas o relatório oficial do próprio governo prova o contrário: dinheiro há, o que falta é vontade política.

O sistema de saúde do DF segue em colapso. Servidores adoecem, se sobrecarregam e trabalham sem reconhecimento. O governo insiste em ignorar que não existe saúde pública de qualidade sem valorização de quem a executa na ponta. O discurso de austeridade caiu por terra: o que há é uma escolha deliberada de oprimir e negligenciar.

Até quando o GDF vai continuar tratando os GAPS como invisíveis? Até quando a valorização será seletiva, atendendo apenas aos interesses de conveniência política? Essa prática não apenas divide os próprios trabalhadores da saúde, mas também mina a confiança na gestão pública.

Enquanto isso, Brasília se transforma em um canteiro de obras. Viadutos, avenidas, praças e inaugurações por toda parte — mas o servidor da saúde segue sem reajuste. O que é prioridade? Concreto e propaganda, ou gente que mantém o SUS vivo todos os dias?

E, como se não bastasse, qualquer movimento de greve ou paralisação dos GAPS já encontra pela frente uma judicialização pronta para sufocar a luta. O governo usa a força da caneta contra os trabalhadores, mas não usa a mesma disposição para garantir justiça salarial.

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