O governo da China elogiou nesta quarta-feira (17/9) o acordo preliminar firmado entre o país asiático e os Estados Unidos em torno da transferência da propriedade do aplicativo de vídeos curtos TikTok para controladores norte-americanos.
Segundo Pequim, trata-se de um acordo “ganha-ganha”, por meio do qual os dois lados saem beneficiados. O acerto entre as duas maiores economias do mundo foi anunciado nesta semana pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e pelo secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, ainda sem maiores detalhes.
“A China alcançou o consenso relevante com os EUA sobre a questão do TikTok porque se baseia nos princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação ganha-ganha”, informou o jornal oficial Diário do Povo, reproduzindo mensagem do regime chinês.
“A China revisará as questões relacionadas às exportações de tecnologia e ao licenciamento de propriedade intelectual do TikTok de acordo com a lei”, diz o comunicado oficial.
De acordo com informações preliminares, o acordo deve transferir os ativos do TikTok nos EUA, que atualmente pertencem à empresa chinesa ByteDance, para controladores norte-americanos.
O esboço do acordo é semelhante ao que já havia sido anunciado no início do ano, mas a proposta acabou engavetada depois que o governo Trump impôs o tarifaço comercial sobre diversos produtos exportados pela China aos EUA.
O acordo entre China e EUA sobre o TikTok deve ser sacramentado na sexta-feira (19/9), após uma conversa, por telefone, entre Trump e o líder chinês Xi Jinping.
O prazo para que o acordo seja fechado, que se encerraria nesta quarta, foi novamente prorrogado por Trump, por mais 90 dias, até 16 de dezembro.
Novela sem fim
Em junho, Donald Trump prorrogou, pela terceira vez, o prazo para que a empresa chinesa ByteDance, dona do TikTok, venda a operação do aplicativo nos EUA.
No começo de abril, Trump, que se envolveu diretamente nas negociações para a venda do TikTok, já havia estendido por mais 45 dias o prazo para o desfecho do negócio. No início de maio, o presidente indicou que decretaria uma nova prorrogação.
Recentemente, Donald Trump voltou a afirmar que estava negociando uma possível venda da operação do TikTok no país.
Em declarações dadas no dia 9 de março, o republicano afirmou que as tratativas avançaram com pelo menos quatro possíveis compradores da plataforma destinada ao compartilhamento de vídeos curtos.
“Estamos negociando com quatro grupos diferentes, e muitas pessoas querem [comprar o TikTok]”, disse Trump a jornalistas.
Trump não revelou quais seriam as empresas interessadas no negócio e se limitou a dizer que os quatro grupos com quem vinha conversando eram “bons”.
O presidente dos EUA prometeu ainda que haveria um acordo para uma possível transação “em breve”.
A Amazon, gigante norte-americana de tecnologia, e um consórcio liderado pelo fundador do OnlyFans, Tim Stokely, entraram na disputa pela operação do TikTok nos EUA.
Entenda o caso
Com cerca de 170 milhões de usuários nos EUA, o TikTok foi retirado do ar no dia 19 de janeiro, pouco antes de entrar em vigor uma lei que exigia que a ByteDance vendesse o aplicativo por questões de “segurança nacional”.
Depois de assumir o mandato como presidente dos EUA, em 20 de janeiro, Trump assinou um decreto que adiou a aplicação da lei em 75 dias.
No fim de janeiro, Trump já dizia que vinha dialogando com empresários sobre a possível compra do TikTok.
No início de março, o republicano já havia afirmado que poderia estender o prazo estipulado para o acordo para além do dia 5 de abril, caso necessário.
Segundo app mais baixado
De acordo com dados da plataforma Sensor Tower, o TikTok foi o segundo app mais baixado nos EUA no ano passado, com 52 milhões de downloads (52% na App Store e 48% no Google Play).
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