Setor de serviços tem leve crescimento em julho, mostra IBGE

O setor de serviços voltou a ter um leve crescimento em julho deste ano, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (12/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo instituto, o setor registrou alta de 0,3% em julho, na comparação com o mês anterior.


O que aconteceu

  • Com o resultado, o setor está 18,5% acima do nível pré-pandemia de Covid-19, em fevereiro de 2020, e renovou o ponto mais alto da série histórica.
  • Já na comparação com julho do ano passado, o volume de serviços no país subiu 2,8%, em sua 16ª taxa positiva consecutiva.
  • No acumulado do ano até julho, o crescimento foi de 2,6%.
  • No acumulado de 12 meses, a alta ficou em 2,9%, desacelerando em relação ao mês anterior (3%), nesta base de comparação.

Três de 5 atividades sobem em julho

A alta registrada no volume de serviços em julho foi acompanhada por três das cinco atividades pesquisadas pelo IBGE.

O destaque ficou com os segmentos de informação e comunicação, com alta de 1%. Os demais avanços foram registrados em serviços profissionais, administrativos e complementares (0,4%) e serviços prestados às famílias (0,3%).

Por outro lado, houve queda em transportes (-0,6%) e outros serviços (-0,2%).

Serviços crescem em 12 das 27 unidades da Federação

De acordo com o levantamento do IBGE, 12 das 27 unidades da Federação tiveram avanço do setor de serviços em julho, na comparação com junho.

Os maiores impactos positivos foram de São Paulo (1,7%), Paraná (1,7%), Mato Grosso do Sul (5,7%), Santa Catarina (0,9%) e Rondônia (10,9%).

Por outro lado, Rio de Janeiro (-1,8%), Minas Gerais (-0,7%) e Amazonas (-3,5%) exerceram as principais influências negativas no resultado do mês.

O setor de serviços no Brasil

A Pesquisa Mensal de Serviços monitora a receita bruta de serviços nas empresas formais, com 20 ou mais trabalhadores. São excluídas as áreas de saúde e educação.

Em 2024, o volume de serviços fechou com alta de 3,1%, quarto ano seguido de crescimento.

Análise

Segundo André Valério, economista sênior do Banco Inter, o resultado de julho “indica uma recuperação de algumas atividades importantes do setor, mas com predominância das atividades mais ligadas à oferta, após um resultado, em junho, que indicou fragilidades subjacentes”.

“Mesmo com o avanço dos serviços prestados às famílias, vemos mais uma recomposição parcial das perdas dos últimos meses do que uma mudança de tendência, enquanto se nota cada vez mais a predominância dos serviços de TI no desempenho do setor, que representa 45% dos ganhos observados no ano, enquanto setores mais sensíveis à taxa de juros, como serviços prestados às famílias e serviços profissionais, indicam estagnação no crescimento acumulado no ano”, explica Valério.

“Para o restante do ano, esperamos manutenção da atual tendência de acomodação, com o setor crescendo 2,9% em 2025”, projeta.

Para o economista Maykon Douglas, “o setor de serviços foi o que melhor se saiu em julho, quando comparado à indústria e comércio”.

“É mais exposto à dinâmica da renda, ainda fortalecida pelo mercado de trabalho apertado, ao contrário de alguns importantes setores do varejo mais sensíveis ao crédito, por exemplo. Isso pode explicar o resultado relativamente melhor”, analisa.

“No entanto, essas altas estão menos disseminadas do que a média histórica, ou seja, há segmentos com desempenho ruim. Além disso, a alta mensal nos serviços às famílias compensa apenas uma parte da queda de 1,5% em junho. Os dados recentes corroboram o cenário de PIB mais fraco no restante do ano”, conclui.

Segundo Igor Cadilhac, economista do PicPay, o resultado do setor de serviços mostra que “a economia brasileira segue em bom ritmo, sustentada por um mercado de trabalho em pleno emprego e pela massa salarial, ambos em níveis recordes”.

“A atividade permanece aquecida, mas em processo de desaceleração gradual. Para os próximos meses, esperamos que a combinação de inflação persistente, juros elevados e condições financeiras mais restritivas resulte em uma perda de fôlego mais clara, ainda que esse movimento esteja demorando mais a se materializar do que prevíamos inicialmente”, afirma Cadilhac.

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