O Departamento de Justiça dos Estados Unidos instaurou uma investigação criminal contra a diretora do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) Lisa Cook, que teve sua “demissão” anunciada pelo presidente Donald Trump, por supostas fraudes em contratos de hipotecas.
A informação sobre a abertura da investigação contra Cook foi publicada nesta quinta-feira (4/9) pelo The Wall Street Journal.
Após ser “demitida” por Trump, a diretora do Fed acionou a Justiça contra o presidente dos EUA, alegando que o republicano não tem prerrogativas para afastá-la do cargo. O caso deve chegar à Suprema Corte do país.
Entenda o caso
A investigação contra Lisa Cook foi aberta após pedidos do diretor da Agência Federal de Financiamento da Habitação (FHFA, na sigla em inglês), Bill Pute, nomeado por Trump, que acusou a diretora da autoridade monetária de fraudar hipotecas.
Pulte disse que Cook teria cometido a fraude ao designar um condomínio como residência principal apenas duas semanas depois de tomar um empréstimo para uma outra casa de sua propriedade no estado do Michigan.
Cook teria contratado hipotecas nos estados do Michigan e da Geórgia, em 2021. Um formulário oficial de divulgação financeira, de 2024, lista três hipotecas supostamente detidas por Cook, duas das quais listadas como residências pessoais.
Os empréstimos para residências primárias podem ter taxas mais baixas do que as hipotecas sobre propriedades de investimento, consideradas mais arriscadas pelos bancos.
Aliado de Trump conduzirá processo
Segundo o The Wall Street Journal, a condução do processo no Departamento de Justiça ficará sob responsabilidade de Ed Martin, designado pela procuradora-geral Pam Bondi para investigar fraudes hipotecárias envolvendo autoridades públicas. Também aliado de Trump, Martin participou dos primeiros meses de governo como procurador interino em Washington.
Diretora do Fed recebe apoio
Em comunicado divulgado na semana passada, o Fed saiu em defesa de Lisa Cook e rechaçou a suposta demissão. Ela também recebeu o apoio de um grupo de quase 600 economistas, que criticaram a interferência de Trump no BC dos EUA.
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