O dólar operava em alta na manhã desta quinta-feira (4/9), em um dia no qual os investidores se concentram na divulgação de novos dados sobre a economia dos Estados Unidos, especialmente relacionados ao emprego.
Dólar
- Às 9h09, a moeda norte-americana avançava 0,16% e era negociada a R$ 5,461.
- Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,4%, cotado a R$ 5,452.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula ganhos de 0,56% no mês e perdas de 11,77% no ano frente ao real.
Ibovespa
- As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
- No dia anterior, o indicador fechou o pregão em baixa de 0,34%, aos 139,8 mil pontos.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula perdas de 1,1% em setembro e ganhos de 16,28% em 2025.
Emprego nos EUA
O foco do mercado nesta quinta-feira é a divulgação de indicadores sobre a economia norte-americana. Os investidores monitoram os dados do relatório de emprego no setor privado (ADP), com expectativa de geração de 65 mil vagas em agosto.
O resultado é divulgado um dia depois de serem conhecidos os números de postos de trabalho em aberto nos EUA no mês de julho, que registraram queda.
Segundo o relatório “Job Openings and Labor Turnover Survey” (Jolts), houve um recuo de 176 mil vagas de trabalho em aberto em relação a junho, para 7,18 milhões. O resultado ficou abaixo das estimativas do mercado, que eram de 7,4 milhões de vagas em aberto.
Na sexta-feira, a série de dados sobre o mercado de trabalho nos EUA será concluída com a divulgação do resultado das vagas de emprego fora do setor agrícola abertas no mês de agosto. Trata-se do chamado “payroll”, um indicador econômico mensal dos EUA que indica a evolução do emprego no país fora do setor agrícola.
O relatório, divulgado pelo Bureau of Labor Statistics (BLS), é considerado determinante para as avaliações sobre o desempenho da economia norte-americana.
Ainda nesta quinta-feira, os EUA divulgarão dados dos pedidos semanais de auxílio-desemprego e da balança comercial de julho, além do Índice de Gerente de Compras (PMI) do setor de serviços em agosto. Por fim, a Administração de Informação de Energia (AIE) divulga os estoques semanais de petróleo.
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Empresários discutem tarifaço nos EUA
O tarifaço comercial imposto pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, a diversos países, entre os quais o Brasil, também segue na pauta dos investidores. Na quarta-feira, representantes de empresas e associações brasileiras estiveram em uma audiência pública no Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), em Washington. A reunião foi realizada no âmbito da investigação que apura supostas práticas comerciais “desleais” do Brasil.
A ação do governo dos EUA, anunciada em 15 de julho, investiga práticas comerciais no território brasileiro vistas como “desleais”. Os itens questionados envolvem o Pix, o desmatamento ilegal, a propriedade intelectual e o mercado de etanol.
Durante a sessão, representantes de diversos segmentos puderam se manifestar. Em seu pronunciamento, o embaixador Roberto Azevêdo, consultor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), defendeu a indústria brasileira.
“Simplesmente não há evidências de que os atos, políticas e práticas em questão discriminem ou prejudiquem injustamente as empresas americanas. Ao contrário, os fatos mostram que as empresas americanas, em geral, se beneficiaram das políticas brasileiras”, enfatizou Azevêdo.
O setor agropecuário também contestou as acusações. Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), destacou na audiência que a entidade rejeita qualquer alegação de que os produtos brasileiros dependam de práticas comerciais ou ambientais inadequadas para acessar o mercado americano.
Trump vai ao Supremo
Ainda em relação ao tarifaço, o mercado aguarda os desdobramentos da decisão da Casa Branca de recorrer à Suprema Corte norte-americana após a decisão de um tribunal de apelações do país que considerou que Donald Trump não tem autoridade para impor parte das tarifas comerciais anunciadas até então.
O procurador-geral dos EUA, John Sauer, fez um apelo, na quarta-feira, para que o Supremo agilize “a resolução do caso na medida do possível, dada a enorme importância de confirmar rapidamente a plena validade jurídica das tarifas do presidente”.
Na semana passada, um tribunal de apelações dos EUA decidiu que a maior parte das tarifas impostas por Trump é ilegal, reduzindo a força desse instrumento como um dos pilares de sua política econômica externa. A decisão, por 7 votos a 4, não tem efeito imediato, e as tarifas continuarão em vigor até 14 de outubro, prazo para que o governo norte-americano recorra à Suprema Corte.
O tribunal concluiu que a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), usada como base jurídica por Trump, não autoriza a imposição de tarifas. O texto, de 1977, prevê sanções contra inimigos externos e o congelamento de ativos, mas não menciona tributos ou barreiras comerciais. “Nenhuma das disposições inclui explicitamente o poder de impor tarifas, tributos ou similares, nem o poder de taxar”, diz o tribunal.
O julgamento analisou duas ações: uma movida por cinco pequenas empresas e outra apresentada por 12 estados, que argumentaram que a Constituição concede ao Congresso – e não ao presidente – a competência para criar impostos e tarifas. A decisão não altera tarifas aplicadas com base em outras legislações, como as sobre aço e alumínio, que seguem afetando o Brasil.
Nas redes sociais, Trump criticou a decisão da Justiça e disse que, sem o tarifaço, os EUA perderão trilhões de dólares e serão “instantaneamente obliterados”. “Todas as tarifas ainda estão em vigor! Um tribunal altamente partidário disse incorretamente que nossas tarifas deveriam ser removidas, mas os EUA vencerão no final”, escreveu. Para ele, a eventual derrubada das medidas seria “um desastre total” para o país.
O republicano também defendeu que as tarifas são a “melhor ferramenta” para proteger trabalhadores e empresas norte-americanas contra déficits comerciais e barreiras impostas por países estrangeiros. “Com a ajuda da Suprema Corte, usaremos esses recursos em benefício da nossa nação e tornaremos a América rica, forte e poderosa novamente”, afirmou Trump.
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