A Nvidia, a maior empresa de capital aberto do mundo em valor de mercado, acusou o golpe da guerra comercial decretada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na divulgação do balanço da companhia, nesta quarta (27/8), a companhia informou que não fechou nenhuma venda do seu chip de inteligência artificial H20 para clientes da China no segundo trimestre deste ano.
Em abril, Trump havia proibido a comercialização desse tipo de produto para os chineses. O republicano, contudo, recuou neste mês, mas parcialmente. Ele liberou a venda mediante o repasse de 15% da receita obtida pela empresa com o comércio desses semicondutores com clientes na China.
No balanço, no entanto, a Nvidia reportou lucro líquido de US$ 26,4 bilhões no segundo trimestre de 2025, montante que representou um crescimento de 59% em relação ao mesmo período do ano passado. O ganho por ação diluído ajustado foi de US$ 1,05, superando o consenso do mercado, que previa US$ 1,01.
Apesar do resultado, as ações da empresa caíram. Elas chegaram a baixar 5% no after market, o “pós-mercado”, período de negociação de ações depois do funcionamento normal das Bolsas.
Data centers
Diante dos números divulgados pela empresa, o mercado também ficou com um pé atrás para os dados do segmento de data centers, que inclui chips e sistemas voltados para computação de inteligência artificial. Esse setor registrou receita de US$ 41,1 bilhões, alta de 56% sobre o ano anterior, mas ficou abaixo dos US$ 41,3 bilhões aguardados por analistas.
Além disso, a empresa projetou que as vendas no terceiro trimestre fiscal (até outubro) devem ficar em cerca de US$ 54 bilhões. Parte do mercado, previa US$ 60 bilhões. Essa divergência provoca especulações sobre uma eventual diminuição no ritmo de investimentos de empresas na área de inteligência artificial, que tem sido massivo até aqui.
Sinais do balanço
O balanço da Nvidia era aguardado com forte expectativa por parte dos analistas de mercado. A companhia é a maior fabricante do mundo de chips usados em sistemas de IA. Seus números sinalizam como vai o setor, responsável por forte impulso em todo o segmento de tecnologia. Com as restrições impostas por Trump às vendas para China, havia a dúvida de como os resultados seriam recebidos pelo mercado.
Em junho, a fabricante de semicondutores atingiu US$ 3,446 trilhões em valor de mercado. Com essa montanha de dinheiro, ela desbancou gigantes como Microsoft e Apple, tornando-se a empresa mais valiosa do mundo, segundo levantamento da consultoria Elos Ayta.
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