Confiança da indústria tem a maior queda desde a pandemia, diz FGV

A confiança do setor da indústria no Brasil registrou uma nova queda em agosto deste ano, a sexta de 2025 até aqui. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (27/8) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Segundo o Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), o recuo foi de 4,4 pontos entre julho e agosto, para 90,4 pontos.

Trata-se do menor patamar em quase dois anos, desde outubro de 2023. Também foi a maior queda mensal desde a pandemia de Covid-19, segundo a FGV.

Em médias móveis trimestrais, o indicador registrou queda de 2,8 pontos, para 94 pontos.

Queda generalizada

De acordo com o levantamento da FGV, a confiança da indústria recuou em 15 dos 19 segmentos pesquisados em agosto.

O resultado refletiu a piora tanto nas avaliações sobre a situação atual quanto nas expectativas em relação aos próximos meses.

O Índice Situação Atual (ISA) cedeu 3,9 pontos, para 93,4 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) caiu 4,9 pontos, para 87,6 pontos.

Já o Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (Nuci) se manteve estável, com variação de 0,1 ponto percentual em agosto, para 82,6%.

Análise

De acordo com Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre, a nova queda da confiança da indústria em agosto “reforça a tendência de insegurança entre os empresários”.

“As avaliações sobre o momento atual dos negócios evidenciam a preocupação de alguns setores com o acúmulo de estoques. Quanto ao futuro, nota-se pessimismo do setor em todas as categorias de uso, principalmente em relação às perspectivas para um horizonte de tempo maior, de seis meses”, afirma Pacini.

O economista avalia que “o resultado da sondagem está em linha com a complexidade da macroeconomia para o setor industrial no segundo semestre”. “Um cenário de contração da política monetária e de aumento da incerteza, em virtude das questões externas envolvendo Brasil e Estados Unidos, pode intensificar a desaceleração que já era esperada para o setor”, conclui.

Créditos da Noticias

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