Dólar passa a subir e Bolsa cai com Lula, inflação e “furacão Trump”

O dólar passou a operar em alta, nesta terça-feira (26/8), com os investidores acompanhando com atenção a divulgação de dados econômicos do Brasil e também o noticiário internacional, com a escalada na tensão entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano).


Dólar

  • Às 13h46, o dólar subia 0,54%, a R$ 5,445.
  • Mais cedo, às 11h55, a moeda dos EUA avançava 0,29% e era negociada a R$ 5,432.
  • Na cotação máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,449. A mínima é de R$ 5,40.
  • Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,19%, cotado a R$ 5,415.
  • Com o resultado, a moeda norte-americana acumula perdas de 3,31% em agosto e de 12,37% em 2025 frente ao real.

Ibovespa

  • O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), operava em queda no pregão.
  • Às 13h52, o Ibovespa caía 0,59%, aos 137,2 mil pontos.
  • No dia anterior, o indicador encerrou o pregão em leve alta de 0,04%, aos 138 mil pontos, praticamente estável – e a maior pontuação em mais de um mês.
  • Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 3,72% no mês e de 14,75% no ano.

Lula reúne ministros

No cenário doméstico, o mercado repercute a reunião ministerial liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta terça-feira, no Palácio do Planalto.

No encontro, os integrantes do governo discutem o tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump; o projeto de regulamentação das big techs; a proposta de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil; entre outros temas.

A reunião tem início pela manhã, com uma fala inicial do chefe do Planalto. Em seguida, alguns ministros apresentam o resultado dos trabalhos desenvolvidos nos últimos anos, além das entregas previstas para 2025 e 2026. Trata-se da segunda reunião ministerial do ano e a 9ª desde o início do mandato.

“Prévia” da inflação

Ainda na cena interna, o principal destaque da agenda econômica do dia é a divulgação dos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a chamada “prévia” da inflação oficial do país, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em agosto, o IPCA-15 recuou 0,14%, o que significou um resultado 0,47 ponto percentual abaixo de julho (0,33%).

No acumulado do ano, o IPCA-15 registra alta de 3,26% e, em 12 meses, de 4,95%, abaixo dos 5,3% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto do ano passado, o IPCA-15 foi de 0,19%.

Além de comunicação (-0,17%), os três grupos de maior peso no índice tiveram queda no nível de preços de julho para agosto: habitação (-1,13%), alimentação e bebidas (-0,53%) e transportes (-0,47%. Os demais grupos variaram entre o 0,03% de artigos de residência e o 1,09% de despesas pessoais.

Trump em guerra contra o Fed

No front externo, as atenções do mercado seguem voltadas ao Federal Reserve, o BC dos EUA, alvo de novos ataques pelo presidente norte-americano Donald Trump.

Demitida por Trump na noite de segunda-feira (25/8), a diretora do Fed Lisa Cook afirmou que o republicano não tem autonomia para afastá-la do cargo e prometeu permanecer na autoridade monetária. Segundo Cook, em uma declaração reproduzida por seus advogados, “não há motivo legal” para a demissão.

“O presidente Trump alegou ter me demitido ‘por justa causa’ quando não há justa causa prevista em lei, e ele não tem autoridade para fazê-lo”, afirmou a diretora do Fed.

“Não vou renunciar. Continuarei a cumprir meus deveres para ajudar a economia americana, como venho fazendo desde 2022”, completou.

O anúncio da demissão de Lisa Cook foi feito por meio das redes sociais de Donald Trump. Em um comunicado publicado em seu perfil na Truth Social, o presidente dos EUA afirmou que Cook teria feito “declarações falsas” em contratos de hipoteca.

“O povo americano precisa ter plena confiança na honestidade dos membros encarregados de definir a política e supervisionar o Federal Reserve”, completou Trump.

Na semana passada, Trump havia mencionado um pedido do chefe da Agência Federal de Financiamento Habitacional dos EUA (FHFA, na sigla em inglês) para que o Departamento de Justiça dos EUA investigasse a diretora do Fed pela eventual fraude.

O presidente do conselho da FHFA, Bill Pulte, disse que Cook teria cometido a fraude ao designar um condomínio como residência principal apenas duas semanas depois de tomar um empréstimo para uma outra casa de sua propriedade no estado do Michigan.

Lisa Cook faz parte do Conselho de Governadores do Fed, que é composto por sete membros. Ela também participa do comitê de 12 integrantes responsável por definir a política monetária dos EUA.

Cook foi indicada ao Fed em 2022, pelo então presidente dos EUA, Joe Biden. Ela foi a primeira mulher negra a assumir o posto.

Ameaças à China

Na segunda-feira, Donald Trump também assustou os investidores ao fazer novas ameaças de aplicação de tarifas comerciais contra a China, depois de algumas semanas de trégua entre as duas maiores potências econômicas do planeta.

O líder norte-americano ameaçou os chineses com uma taxação de até 200% caso o país asiático não forneça ímãs aos EUA. O ímã é uma peça de aço magnetizado que tem a propriedade de atrair o ferro e algumas outras substâncias.

“Eles têm de nos fornecer ímãs. Se não nos fornecerem ímãs, teremos que cobrar uma tarifa de 200% ou algo assim. E não teremos problema nenhum com isso”, afirmou Trump, sem dar maiores detalhes.

Pequim tem endurecido nas negociações com os EUA envolvendo as terras raras. Em abril, o governo chinês incluiu vários itens do setor na lista de restrições para exportação, em represália ao aumento nas tarifas comerciais impostas pelos norte-americanos.

As terras raras são um conjunto de 17 elementos químicos encontrados em abundância em diversos países, entre os quais a China e o Brasil. São itens considerados estratégicos pela indústria de tecnologia.

No dia 12 de maio, EUA e China anunciaram um acordo preliminar que suspendeu as tarifas comerciais de parte a parte por 90 dias, para diminuir as tensões geradas pela guerra comercial travada pelas duas potências desde o início do ano.

Durante esse período, a China reduziu as taxas sobre produtos dos EUA de 125% para 10%, enquanto Washington baixou as tarifas de 145% para 30%.

Em 11 de agosto, um dia antes do fim do prazo, EUA e China anunciaram a prorrogação da suspensão das tarifas por mais 90 dias.

Créditos da Noticias

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