Mercedes vende fatia na Nissan. Ações da montadora japonesa caem

A montadora alemã Mercedes-Benz vendeu toda a sua participação na japonesa Nissan por US$ 324,65 milhões (o equivalente a R$ 1,75 bilhão).

A informação foi publicada nesta terça-feira (26/8) pela agência de notícias Reuters, com base em uma fonte envolvida diretamente na negociação. Até o momento, as duas empresas não se pronunciaram oficialmente.

A Mercedes detinha 3,8% de participação na montadora japonesa, que vem enfrentando uma das maiores crises de sua história.

Segundo a Reuters, a Mercedes-Benz vendeu seus papéis na Nissan a 341,3 ienes (cerca de R$ 12,49) por ação, o que representou um desconto de quase 6% em relação ao preço de fechamento na segunda-feira (25/8).

Ações em queda

Após a informação vir a público, as ações da Nissan fecharam o pregão desta terça na Bolsa de Valores de Tóquio em forte queda de 6,25%.

A Nissan passa por um momento delicado, em meio às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos e que afetaram a indústria automotiva, além da queda nas vendas em mercados importantes como os EUA e a China.

Crise na Nissan

Em julho, a montadora japonesa anunciou que vai encerrar as atividades de uma fábrica nas proximidades de Tóquio que já produziu mais de 17,8 milhões de veículos e opera há mais de 60 anos, desde 1961.

A medida faz parte do processo de reestruturação global por que passa a companhia, que precisa reduzir gastos e diminuir a operação em alguns mercados, com o objetivo de recuperar a lucratividade.

A fábrica que será fechada está localizada na cidade de Yokosuka. A unidade deve fechar as portas até o fim de março de 2028, informou a Nissan. Cerca de 2,4 mil funcionários podem ser dispensados. A produção será transferida para as instalações da montadora na cidade de Fukuoka, no sul do Japão.

A Nissan já havia anunciado recentemente que cortará cerca de 20 mil empregos até março de 2028.

No primeiro trimestre de 2025, a montadora japonesa registrou um prejuízo de US$ 4,5 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões).

Fusão com Honda não se concretizou

Em fevereiro, Nissan e Honda confirmaram oficialmente o fim das negociações em torno de uma possível fusão entre as duas empresas.

A Nissan não aprovou a proposta apresentada pela Honda de transformá-la em uma subsidiária integral.

As conversas entre as duas montadoras sobre uma eventual fusão começaram em dezembro do ano passado, mas travaram desde que a Honda passou a cogitar assumir o controle total da Nissan.

Inicialmente, a ideia de Honda e Nissan era a de anunciar o acordo pela fusão até o fim de janeiro.

Na época, Honda e Nissan informaram que vão prosseguir com a parceria em tecnologia automotiva anunciada em agosto do ano passado.

O possível acordo com a Honda e um suposto investimento da Tesla, do bilionário Elon Musk, que não aconteceu, eram vistos como possibilidades de “salvação” da Nissan.

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