Dólar cai e Bolsa sobe com mercado atento a Lula e a Moraes

Os mercados de câmbio e de ações no Brasil operaram com menor tensão nesta quarta-feira (20/8), na comparação com os pregões da véspera. Com isso, o dólar registrou queda de 0,48% frente ao real, cotado a R$ 5,47. O Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), fechou em alta de 0,17%, variação que representa estabilidade do indicador, aos 134.666 pontos.

Na terça-feira (19/8), as sessões foram especialmente conturbadas, com a escalada do embate entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nesse cenário, a moeda americana disparou 1,19%, a R$ 5,499, e o Ibovespa desabou 2,10%.

Embora o noticiário tenha esfriado nesta quarta-feira, o dólar e o Ibovespa oscilaram por volta das 14 horas, depois que foram divulgadas declarações do ministro Alexandre de Moraes sobre a crise com os EUA. “Os tribunais brasileiros podem punir instituições financeiras nacionais que bloquearem ou confiscarem ativos domésticos em resposta a ordens americanas”, disse o ministro em entrevista à Reuters.

Nesse horário, o Ibovespa, que operava com 134.954 pontos, caiu abruptamente para 134.303 pontos. O dólar saiu de R$ 5,46 e rapidamente subiu para R$ 5,48. Mas tanto a queda da Bolsa como a alta da moeda americana não se sustentaram na sequência das sessões.

Tensão nos bancos

Moraes referiu-se, no caso, às sanções impostas pelo governo Trump, que o incluiu na Lei Magnitsky, em 30 de julho. A legislação impõe penalidades a acusados de corrupção e violações de direitos humanos. O ministro do STF entrou na relação sob o argumento de que estaria perseguindo politicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aliado de Trump.

As punições da Magnitsky preveem o bloqueio de bens, além da proibição de entrada de pessoas no território americano. O problema é que ela poderia ser usada para pressionar as instituições financeiras brasileiras com operações nos Estados Unidos a adotar tais sanções.

Valorização de ações

Na terça-feira, uma decisão do ministro Flávio Dino, também do STF, derrubou a eficácia automática de leis estrangeiras no Brasil. A medida foi contestada pelos EUA, o que causou uma onda de temores no setor bancário.

Nesta quarta-feira, as ações dos bancões, em geral, valorizaram-se ou permaneciam estáveis. Às 16h45, isso acontecia com os papéis do Itaú (+0,52%), Bradesco (+0,07%), Santander (+2,20%), Banco do Brasil (+0,20%), O BTG caía 0,51%. Na terça-feira, deu-se o contrário. As cinco maiores instituições financeiras de capital aberto do Brasil perderam quase R$ 42 bilhões em valor de mercado.

De olho na sucessão

No front da política interna, os investidores também acompanharam a divulgação nesta quarta-feira de pesquisa da Genial/Quaest. O levantamento constatou que a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cresceu pela segunda vez consecutiva. Ela chegou a 46%. Já a desaprovação recuou no limite da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e foi a 51%, ainda acima da aprovação.

Nas divulgações de pesquisas de cunho eleitoral, o mercado tem adotado uma postura de clara oposição a Lula. Sempre que os indicadores são favoráveis ao presidente, os pregões de dólar e do Ibovespa oscilam. Desta vez, a informação já era esperada por analistas do setor.

Front externo

No cenário internacional, o mercado conheceu a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O documento não trouxe grandes novidades sobre os motivos que levaram o órgão a manter a taxa de juros no intervalo entre 4,25% e 4,50%.

Ficou evidente, contudo, que os integrantes do Fomc consideraram a inflação um fator mais preocupante do que o comportamento do mercado de trabalho nos EUA. O comportamento dos preços e o nível dos empregos são os pilares do mandato do Fed nesse campo.

Créditos da Noticias

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