Febraban: BC alertou bancos sobre “movimentação atípica” no mercado

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou nesta segunda-feira (18/8) que o Banco Central (BC), autoridade monetária do país, emitiu um alerta a respeito de uma possível “movimentação atípica” no mercado, envolvendo a criptomoeda Tether.

De acordo com a Febraban, essa suposta movimentação estaria relacionada a um eventual ataque a participantes do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). O alerta foi emitido no domingo (17/8).

“De imediato, a Febraban comunicou aos seus bancos filiados que participam de seus Comitês de Prevenção a Fraudes e de Cyber Segurança para que tomassem todas as iniciativas possíveis para se evitar o possível ataque”, afirmou a Febraban, em nota.

A informação sobre o alerta foi publicada inicialmente pela agência Reuters. Até o momento, o BC não se manifestou oficialmente sobre o caso.

O que é o Tether

O Tether Dólar (USDT), também conhecido como USD Tether, é uma das principais stablecoins do mercado.

As stablecoins são um tipo de criptomoeda projetada para manter uma estabilidade de valor. Elas ancoram seu preço a ativos do mundo real, como como o dólar norte-americano, ou mesmo commodities, como o ouro.

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O que é o Sistema Brasileiro de Pagamentos

O SPB é um conjunto de regras, procedimentos, instrumentos e sistemas operacionais integrados, que permite a transferência de recursos financeiros entre diferentes agentes econômicos no Brasil, como pessoas físicas, empresas e instituições financeiras.

O sistema garante que as transações sejam processadas de forma segura, eficiente e em tempo real, abrangendo desde transferências bancárias simples até operações mais complexas como transações no mercado de câmbio e pagamentos internacionais.

Criptomoedas

As criptomoedas, em geral, são consideradas ativos de maior risco do que investimentos em renda fixa, o que oferece oportunidade de maior retorno. Projeções apontam que parte dos investidores destinam algo entre 1% e 10% de seu patrimônio para esses ativos de maior risco.

Quando a perspectiva é de inflação menor e juros mais baixos nos EUA, os criptoativos se tornam mais atraentes. Afinal, juros mais baixos diminuem a rentabilidade da renda fixa, o que anima os investidores a serem mais arrojados. Quando ocorre o contrário, elas se tornam menos atrativas.

Ataque hacker

Em julho deste ano, a autoridade monetária informou que a provedora de serviços de tecnologia C&M Software, que atende instituições financeiras, foi alvo de um ataque cibernético contra os seus sistemas. Foi o maior ataque hacker já registrado contra o sistema financeiro no Brasil.

Segundo investigações da Polícia Civil de São Paulo, o ataque hacker teria movimentado pelo menos R$ 541 milhões apenas da instituição de pagamento BMP, um dos maiores alvos.

A C&M Software é responsável pela mensageria que interliga instituições financeiras SPB – o que engloba o ambiente de liquidação do Pix, sistema de transferências e pagamentos instantâneos criado pelo BC em 2020 e amplamente utilizado pelos brasileiros.

A Polícia Civil de São Paulo prendeu João Nazareno Roque, suspeito de ter participado do ataque. Ele confessou que deu acesso aos hackers, por sua própria máquina, ao sistema sigiloso da C&M.

De acordo com a Polícia Civil paulista, no decorrer das investigações, foi possível identificar que Nazareno facilitava “que demais indivíduos realizassem transferências eletrônicas em massa, no importe de R$ 541 milhões para outras instituições financeiras”.

Inicialmente, relatos de fontes ligadas ao mercado financeiro davam conta de que a ação criminosa dos hackers poderia ter movimentado uma cifra bilionária, de acordo com as estimativas iniciais de fontes ligadas ao mercado financeiro – algo entre R$ 1 bilhão a R$ 3 bilhões.

Outros relatos sobre o caso apontavam que os hackers teriam desviado pelo menos de R$ 400 milhões a R$ 800 milhões.

Créditos da Noticias

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