O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reiterou nesta segunda-feira (18/8) que o governo federal cumprirá a meta fiscal estipulada para 2025 e 2026, nos dois últimos anos do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O chefe da equipe econômica participou de um evento em São Paulo nesta manhã. No seminário, Haddad também criticou o tarifaço comercial imposto pelos Estados Unidos sobre grande parte das exportações brasileiras destinadas aos norte-americanos.
“Esperem que vamos cumprir o que está pactuado. Sobre cumprimento da meta de gastos, cumprimos no ano passado, vamos cumprir neste ano e também no ano que vem”, afirmou Haddad.
A meta fiscal do Brasil para 2025, de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é de resultado primário zero, com uma margem de tolerância de até 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB).
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Inflação e juros
Em sua participação no evento na capital paulista, Fernando Haddad também demonstrou otimismo em relação aos indicadores de inflação no país.
Segundo o ministro da Fazenda, a projeção de inflação já está menor do que a do ano passado e, em 2026, deve ser ainda menor.
De acordo com os dados do Relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgados nesta manhã, os analistas do mercado reduziram a projeção de inflação de 2025 pela 12ª semana consecutiva. A estimativa passou de 5,05%, na semana passada, para 4,95%.
Com isso, as expectativas do mercado financeiro continuam se aproximando do teto da meta da inflação deste ano, que é de 4,5%. É a primeira vez, desde janeiro deste ano, que o mercado estima a inflação de 2025 para abaixo de 5% – naquele mês, a projeção foi de 4,99%.
Para 2026, a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), termômetro oficial da inflação, também foi revisada para baixo, indo de 4,41% para 4,4%. As estimativas para 2027 e 2028 não foram alteradas em relação à semana anterior.
O Relatório de Mercado Focus resume as estatísticas calculadas considerando as expectativas de mercado financeiro coletadas até a sexta-feira imediatamente anterior à divulgação do documento.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os preços de bens e serviços do país avançaram 0,26% em julho – o que representa um aumento de 0,02 ponto percentual em comparação a junho (0,24%). Em 12 meses até julho, a inflação acumulou alta de 5,23%, ainda acima da meta.
A inflação ficou acima do teto da meta em junho, com acumulado de 5,35%. Foi a primeira vez que um estouro foi registrado no novo regime, que utiliza o acumulado de 12 meses, chamado de meta contínua.
No regime de meta contínua, o índice é apurado mês a mês. Caso o acumulado dos meses fique acima do fixado por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.
Questionado sobre quais seriam suas expectativas em relação à trajetória da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 15% ao ano (o maior patamar em quase duas décadas, desde 2006), Haddad preferiu não comentar.
O ministro não respondeu se acredita que a Selic possa ser reduzida ainda neste ano ou se o início do ciclo de queda deve ficar mesmo para 2026.
De acordo com o Focus, o mercado manteve, pela oitava semana consecutiva, a projeção da Selic em 15% ao ano. Ou seja, os analistas não esperam novas elevações em 2025.
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