Alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), na manhã desta terça-feira (29/7), a Associação Moriá é uma organização da sociedade civil (OSC) investigada por receber milhões em emendas de parlamentares do Distrito Federal ao longo de dois anos.
Autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a Operação Korban investiga supostos desvios de recursos públicos provenientes de emendas parlamentares para organização de eventos de esportes digitais, como revelado em diversas reportagens da coluna Grande Angular, do Metrópoles.
A instituição surgiu em 2017, com programas e projetos voltados à transformação social, segundo o site da OSC. Ainda de acordo com a própria associação, 71 mil pessoas teriam participado dessas iniciativas. Contudo, só quatro delas chegaram a ser concluídas.
Operação Korban
- As equipes da PF e da CGU cumprem 16 mandados de busca e apreensão, nos estados do Acre, do Paraná e de Goiás, bem como no Distrito Federal.
- O STF ainda determinou medidas como sequestro de bens, inclusive veículos e imóveis, além do bloqueio de contas bancárias de empresas investigadas, até R$ 25 milhões.
- As investigações apuram possíveis irregularidades na execução de cerca de R$ 15 milhões em recursos públicos federais, repassados a uma associação do Distrito Federal por meio de termos de fomento com o Ministério do Esporte financiados com emendas parlamentares.
- Entre as determinações do STF está, ainda, a suspensão de novos repasses de recursos federais à associação investigada, bem como a proibição de que a associação transfira valores às empresas subcontratadas por meio dos termos de fomento analisados.
A Coluna Grande Angular revelou que a associação é chefiada por um ex-cabo do Exército, um motorista e uma esteticista – todos considerados “laranjas” – e não funciona no endereço registrado em documentos oficiais.
Para contar com as emendas da bancada do Distrito Federal, no valor de R$ 37,9 milhões, a OSC apresentou ao Ministério do Esporte um projeto técnico-pedagógico que propunha a criação de 29 salas gamers em espaços cedidos pela Secretaria de Educação (SEEDF).
A iniciativa era voltada a estudantes da rede pública de ensino, que seriam ensinados a jogar games como Free Fire, Valorant, LoL, Teamfight Tactics e eFootball, para participar de competições, entre 2023 e 2024. A associação chegou a ser destinatária de repasses de emendas parlamentares.
Porém, após as denúncias do Metrópoles, deputados e senadores anunciaram a suspensão do custeio do projeto. Antes disso, inclusive, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino chegou a bloquear esses repasses, por falta de transparência no processo.
Leave a Reply