O dólar operava em baixa nesta terça-feira (8/7), em mais um dia no qual os investidores voltam suas atenções aos Estados Unidos, acompanhando os desdobramentos da nova etapa do tarifaço comercial imposto pelo presidente norte-americano Donald Trump a diversos países.
Dólar
- Às 15h45, o dólar caía 0,62%, a R$ 5,444.
- Mais cedo, às 13h33, a moeda dos EUA recuava 0,19% e era negociada a R$ 5,468.
- Na cotação máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,478. A mínima é de R$ 5,438.
- Na véspera, o dólar fechou em forte alta de 0,99%, cotado a R$ 5,477.
- Com o resultado, a moeda norte-americana acumula ganhos de 0,81% em julho e perdas de 11,36% frente ao real em 2025.
Ibovespa
- O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), também operava em queda no pregão.
- Às 15h48, o Ibovespa recuava 0,23%, aos 139,1 mil pontos.
- No dia anterior, o indicador fechou em queda de 1,26%, aos 139,4 mil pontos.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 0,46% no mês e de 15,97% no ano.
Tarifaço de Trump
Os olhos do mercado financeiro seguem voltados para a Casa Branca, após o presidente norte-americano Donald Trump fazer novas ameaças relacionadas às tarifas comerciais impostas pelos EUA.
Nessa segunda-feira (7/7), o governo Trump começou a enviar cartas a alguns países nas quais anuncia a aplicação de novas tarifas comerciais.
No último fim de semana, a Casa Branca decidiu prorrogar o prazo para que as tarifas entrassem em vigor. Ele se encerraria no dia 9 de julho e foi estendido até 1º de agosto.
Entretanto, segundo analistas do mercado financeiro, o tom novamente ameaçador de Trump e as incertezas em relação ao desfecho das negociações comerciais entre diversos países e os EUA levaram a uma onda de apreensão e pessimismo nos mercados no primeiro dia de pregão da semana.
No início da tarde de segunda-feira, Trump usou sua própria rede social, a Truth Social, para anunciar tarifas adicionais de 25% para Japão, Coreia do Sul, Malásia e Cazaquistão.
Trump também determinou taxas de 30% para a África do Sul e de 40% para Mianmar e Laos. Algumas horas depois, foram anunciadas tarifas de 36% para Tailândia e Camboja, 35% para Sérvia e Bangladesh, 32% para a Indonésia, 32% para a Bósnia e 25% para a Tunísia.
Somados, todos esses países correspondem a cerca de 15% das importações dos EUA, com destaque para Japão (4,5% do total) e Coreia do Sul (4%). Os dois asiáticos são o segundo e o terceiro maiores exportadores de automóveis para os EUA (só atrás do México).
Até o momento, o governo dos EUA anunciou acordos comerciais com Reino Unido, Vietnã e uma trégua com a China. As negociações com a União Europeia (UE) seguem em andamento.
Para o economista Luis Afonso Lima, chefe de Análise da Mapfre Investimentos, “a escalada tarifária comprometeu o comércio bilateral dos EUA com diferentes parceiros e provocou uma reação negativa dos mercados”. “Ao fim das negociações, espera-se que essas tarifas fiquem abaixo das propostas iniciais, mas ainda acima dos níveis anteriores à posse de Trump”, avalia.
“Os efeitos para o quadro internacional são evidentes. Medidas fiscais norte-americanas, se aprovadas, não ajudam a fortalecer o dólar perante outras moedas, inclusive de países emergentes. Quanto à política monetária, os potenciais efeitos de tarifas alfandegárias na inflação respaldam a postura cautelosa do Fed [Federal Reserve, o Banco Central dos EUA], independentemente das pressões de Trump”, prossegue o economista.
“Bancos centrais de outros países, portanto, não devem contar com alívio monetário externo. Finalmente, novas barreiras tarifárias também resultam em desaceleração das exportações globais e menores preços de commodities. Diga-se de passagem, isso já vem ocorrendo. Esta é a tendência do quadro internacional que nos espera.”
Varejo no Brasil
No cenário doméstico, o principal destaque desta terça-feira é a divulgação dos dados do comércio varejista pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o levantamento do instituto, em maio deste ano, as vendas do varejo brasileiro recuaram 0,2%, em comparação com o mês anterior. Em relação a maio do ano passado, houve uma alta de 2,1%.
Os resultados vieram abaixo das estimativas da maioria dos analistas do mercado, que projetavam altas de 0,2% (mensal) e de 2,5% (anual).
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